Quando a Tendência de Mercado é Fazer o Bem comunicação
Imagem original no Flickr. Autor Kristina Alexanderson.
De repente há um leve movimento na água ao cair um leve seixo lançado por alguém à beira do lago. Uma perturbação na quietude da manhã, que alerta o melro que canta na árvore contígua que deixa de cantar para olhar com ar de surpresa para quem estava a interromper a sua serenata.
O que começou por ser um pequeno seixo inocente a cair nas águas calmas do lago outrora cheio de pequenos chilreares e displicentes sapos, passou a ser uma ruptura completa. As ondas de choque do seixo impulsionaram a água em toda a sua amplitude. Os pássaros pararam o seu canto, os sapos mergulharam na água escura, os peixes procuraram protecção e os grilos e cigarras suspenderam a sua actividade. Silêncio absoluto. Ruptura!
Tudo Motivado por Uma Ruptura na Normalidade
E foi isso mesmo que aconteceu nestes poucos meses. A pedra no charco já vinha sendo anunciada há bastante tempo com o aviso do Google em que iria punir os sites demasiado optimizados, as más práticas, o SPAM de conteúdo. Mas isso não se verificou apenas pela acção do Google. A maior parte dos que lidam com o bom marketing já se tinham apercebido que o que aporta valor aos seus visitantes e potenciais clientes é a preocupação em efectuar bom conteúdo.
No entanto, até ao momento ainda talvez não teria havido suficiente impulso para “obrigar” os mais displicentes a entregar conteúdo valioso, adequado aos seus potenciais interessados e assim criar uma base de permuta (o seu bom conteúdo pelo interesse dos potenciais clientes). Quando uma empresa como o gigante americano tem este poder é algo que por um lado assusta, mas por outro lado tem os seus benefícios. Por exemplo, adoptando uma mudança na forma como anteriormente contabilizavam a relevância das páginas exibidas nas pesquisas efectuadas obrigou assim subitamente, as marcas a apostarem finalmente em conteúdo relevante. Em se aprimorarem no marketing digital, não apenas através de tecnologia e técnicas automatizadas, mas sim a prover materiais de valor. Que valham a pena ser lidos, repassados e guardados.
Isso não é algo recente, na verdade vem desde os primórdios da civilização, antes mesmo da escrita por si só. São as histórias que realmente fazem passar conceitos e reconhecimento. Sendo um pouco polémico, não terá sido assim que a Bíblia teve a sua progressão no passa-palavra? Bem, houve algumas imposições ao longo do caminho, cof*… cof*, mas não deixa de ser uma boa obra de storytelling. De bom conteúdo sendo que até se poderá referir de forma intemporal. Quando digo Biblia, diria a Torah, ou qualquer outra obra do género.
A questão que se põe é que quando colocamos verdadeiras mais valias disponíveis, somos retribuidos com a atenção, com interesse. E hoje em dia, não serão as moedas de troca mais apetecíveis?
Tendência para Fazer o Bem
Talvez ainda influência daquelas pequenas ondas de reacção do seixo lançado por uma constante vontade em melhorar, em evoluir, a tendência do mercado tem sido baseada em fazer o bem. Entregar mais valias sempre e constantemente. Em evitar o relacionamento frio e impessoal de um hard-calling para uma situação de permuta e de boa vontade. Agora, quando queremos que as pessoas efectuem uma acção viral no Pinterest, faz-se um infográfico, se queremos conseguir leads de uma forma orgânica e consistente, oferecemos white-papers ou pequenos ebooks e assim sucessivamente. Fazemos algo que aporta valor antes de pedir algo em troca.
Mas depois isso tem um efeito similar às ondas reactivas originadas pela água perturbada. Ou seja, influi em várias medidas do lago e não apenas no exacto local onde sucedeu a ruptura inicial. Isso está a influenciar até a forma como de uma forma geral estamos a tratar o marketing digital. O marketing que efectuamos online está a mudar e a mudar para melhor. Estamos a fazer o bem.