Preferes ter um Produto Low-Cost ou de Qualidade? comunicação

 

Esta manhã, estava a ouvir uma reportagem na TSF sobre uma empresa que exportava 90% da sua produção de vinhos para o exterior, tendo um volume de negócios na ordem dos 10 milhões de euros o que me deixou deveras entusiasmado. Penso que todos precisamos destas boas notícias, especialmente nesta economia nacional conturbada.

Mas passada essa boa notícia ouvi o resto da entrevista e constatei que o responsável pela empresa expôs de uma forma bastante eloquente qual a sua estratégia de entrada nos mercados onde exporta, que deve-se ressalvar, está a resultar em pleno, em termos de crescimento de negócio.
Na verdade, a estratégia em traços gerais e não aprofundados, baseia-se em estudar os gostos e interesses do público-alvo em cada mercado e depois fazer um vinho com esse tipo de “paladar” mas com um preço mais baixo que os restantes concorrentes desse mercado.

Deve-se dizer que pelas suas palavras depreende-se que está a ter sucesso e pelo facto os meus Parabéns! Aliás, investiguei mais sobre a empresa e sei que ao contrário destes comentários iniciais também produz vinhos que têm ganho vários prémios de qualidade o que me regozija enquanto Português. No entanto, devo fazer algumas reflexões em termos de médio-longo prazo. Será que é a melhor estratégia para uma consolidação e inclusive combater concorrência de produções de mais baixo custo?

Entregar Valor versus Pricing

Também bem a propósito li hoje este excelente tópico de Seth Godin onde expõe a mesma diferenciação em relação ao mundo dos media. Sobre se devemos fazer uma corrida por entregar produtos de produção rápida e com baixo custo ou se devemos procurar entregar alto valor de produto por um preço justo em relação à qualidade.

Há diversas opiniões a respeito como em tudo. Por exemplo, em relação às companhias aéreas low-cost, há diversos comentários que reflectem que compensa largamente em termos inclusive de serviço, dado que dá menos problemas de atrasos e complicações técnicas que outras empresas com custo por voo mais elevado. Portanto, aqui esta situação ainda mais se dilui.
Mas há casos em que tendo um preço mais elevado consegue clientes fieis dada a qualidade que aufere. Veja-se o caso da Lufthansa que nos últimos meses tenho tido inúmeras referências à qualidade do serviço. Assim como a Swiss que inclusive pertence ao mesmo grupo.

Há espaço para todos os modelos de negócio, como em tudo, dependendo do tipo de cliente. Mas o que gostaria de tentar explorar seria o conceito de médio-longo prazo.

Qual será a melhor estratégia para uma marca que pretende vingar por longos e vários anos no mercado? Será combater sempre por baixos custos, sabendo que em determinados ambientes, terá sempre concorrentes que poderão diminuir esse valor até níveis de insustentabilidade? Ou deverá apostar antes por ter um produto que vingue por um preço mais alto, mas que ofereça um leque de serviços ou benefícios que seja diferenciador só por si em relação ao conceito preço?

Deixo estas perguntas no ar e se quiseres expor a tua opinião, seria uma boa fonte de troca de impressões.

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